Em defesa do parque
Associação de Moradores do Jardim Botânico recolhe assinaturas contra titulação de favelas
Publicada em 27/08/2010 às 23h39m
O Globo
RIO - A Associação de Moradores do Jardim Botânico (AMA-JB) está recolhendo assinaturas contra o projeto de lei, em tramitação na Câmara dos Vereadores , que pretende declarar como Área de Especial Interesse Social (Aeis), para fins de regularização e urbanização, 19 comunidades em terreno da União administrado pelo Jardim Botânico, no Horto.
No local há 589 casas, com cerca de três mil moradores.
O abaixo-assinado virtual - que está no site da associação http://www.amajb.org.br/ - já foi referendado por 21.060 pessoas.
Uma emenda da vereadora Aspásia Camargo (PV) adiou para o fim de outubro a votação do projeto.
Em 15 de setembro, segundo o presidente da AMA-JB, Alfredo Piragibe, o documento será entregue à Câmara.
- Se for aprovado, a comunidade que mora no terreno do Jardim Botânico poderá receber títulos de posse e, em cinco anos, teremos quase 600 propriedades espalhadas pelo parque.
Projeto semelhante, criando uma Aeis, foi aprovado no Parque da Cidade algum tempo atrás. Em menos de dez anos essa Aeis tornou-se uma favela dentro do parque - diz Piragibe.
Em 2009, a entrada em pauta do projeto deflagrou reações de vereadores, moradores e da própria AMA-JB.
Há o temor de que a criação da Aeis - da forma como está sendo proposta pelo líder do governo, Adilson Pires (PT), e pelos vereadores Eliomar Coelho (Psol) e Reimont (PT) - estimule a expansão das ocupações.
A situação dos moradores foi alvo de outra polêmica semana passada, após a decisão da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) de suspender a execução dos mandados de reintegração de posse já conseguidos pelo parque na Justiça.
Embora o órgão argumente que as moradias seriam destinadas a famílias de baixa renda, O GLOBO mostrou que, entre os ocupantes dos imóveis, há proprietários de automóveis como um carro Toyota avaliado em R$ 130 mil .
Nas comunidades do Horto nasceu o deputado federal e ex-ministro da Integração Racial Edson Santos (PT), cuja irmã, Emília Santos, preside a associação de moradores.
Um comentário:
O mesmo descalabro ocorre no Parque da Cidade, na Gávea. Lá são em torno de 15 casas de ex-funcionários e funcionários da Prefeitura, inclusive secretária de prefeito.
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