Iphan abre ao público as portas de sua sede centenária no Centro
Exposição de fotos e documentos contará história do edifício de 1908
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RIO - Recém-chegada ao cargo de superintendente do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional no estado (Iphan) no Rio de Janeiro, a arquiteta
e urbanista Cristina Lodi quer abrir a porta de sua "nova" casa aos moradores do
Rio. E não se trata de qualquer porta, mas de uma preciosidade, com 4,30 metros
de altura, que exibe imagens náuticas e de espécies da vegetação brasileira
entalhadas em madeira pelo português Manuel Ferreira Tunes. O endereço em
questão também é nobre: o número 46 da Avenida Rio Branco, que no início do
século XX abrigou a Companhia Docas de Santos, e onde está instalada a sede do
instituto.
Com fachada de granito, o prédio esconde em seu interior delicadas pinturas
no teto, frontões de estilos renascentista e barroco e outros elementos
decorativos que poderão ser "visitados" a partir deste mês, quando será aberta a
exposição "Edifício Docas de Santos". A mostra reunirá fotos, documentos e uma
maquete que contam a história deste importante bem tombado da cidade. Há cinco
anos os cariocas não tinham oportunidade de ver uma mostra dentro do prédio.
— O edifício surge no contexto de abertura da Avenida Central, de implantação
de um novo momento na cidade, voltado para a ideia da modernidade. Até então, o
que se tinha era uma cidade de rua estreitas, muito ligada ao colonial. Com a
abertura da Rio Branco, há um incentivo a construções de novas edificações por
meio de concursos. O da Companhia Docas foi projetado pelo arquiteto Ramos de
Azevedo e construído entre 1905 e 1908. Trata-se de um edifício eclético, bem
aos moldes do que previa a arquitetura daquela fase. Um edifício com estrutura
mista de alvenaria e ferro. A fachada é imponente, com cantaria nos dois
primeiros pisos, e elaborados trabalhos de madeira, com destaque para a porta de
entrada, de jacarandá, e as janelas com sacadas — diz Cristina Lodi, que assumiu
o cargo de Superintendente em janeiro.
Tombado pelo Iphan em 1978, o prédio tem cinco andares e é um dos últimos
exemplares da primeira fase de construções da antiga Avenida Central, hoje
Avenida Rio Branco. Quem for à exposição, que será inaugurada dia 23 de março,
às 17h, vai saber, por exemplo, que a ideia de construir uma sede para docas na
nova avenida foi do presidente Rodrigues Alves, que pediu aos dois empresários
sócios da empresa, Cândido Gaffrée e Eduardo Palassin Guinle, que encomendassem
um projeto.
Exposição terá cenário com mobiliário de época
A pedra fundamental do prédio, conta o texto de abertura da mostra, foi
lançada em 1904, durante o início abertura da Avenida Central, e ele foi
concluído em 28 de janeiro de 1908, três anos após a inauguração da via. Segundo
documentos da época, os materiais usados na obra chegaram ao Rio em vapores
vindos de Nova Iorque, Paris, Marselha, Hamburgo e Antuérpia, entre outras
cidades. "Somente no primeiro pavimento foram utilizados 129 caixas de mármore
lavrado, vindos da Itália. Da Antuérpia, 454 vigas de aço para os três últimos
andares e, de Hamburgo, 180 volumes contendo material para as escadas e
claraboias".
A exposição acontecerá no térreo, onde há duas lojas com largas vitrines de
cristal, espaços que no passado eram usados por comerciantes. Um deles, hoje, é
ocupado pela Livraria da Travessa. O outro, no lado esquerdo, vai receber a
mostra.
— O edifício foi feito sob encomenda para abrigar a Companhia Docas, e, por
isso, na decoração e na pintura há vários detalhes que remetem à esta origem.
Quando nossos restauradores começaram a fazer a prospecção da pintura,
descobriram desenhos com alusão ao comércio e a produtos como o café, por
exemplo. É um lugar lindo, que encanta em cada detalhe. A escada de ferro
fundido, por exemplo e o elevador, que ainda funciona, são belíssimos. Com esta
exposição, queremos dividir um pouco disso e abrir nossa casa — diz a
superintendente do Iphan, que também está reunindo o mobiliário de época, como
escrivaninhas e cadeiras, para montar um cenário com uma típica sala daquele
período.
3 comentários:
Meu bisavô Manuel Ferreira Tunes, pai do meu pai.
Manuel Ferreira Tunes é meu bisavô, por parte de pai, lindos trabalhos ele tem, meu avô que seguiu seus passos com os outros quatro irmãos também fez trabalhos de grande importantcia e tenho registros de alguns.
Manuel Ferreira Tunes é meu bisavô, por parte de pai, lindos trabalhos ele tem, meu avô que seguiu seus passos com os outros quatro irmãos também fez trabalhos de grande importantcia e tenho registros de alguns.
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