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sábado, 18 de maio de 2013

A Rua dos Latoeiros


Quarta, 27 Março 2013 12:02

A Rua dos Latoeiros

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O Largo da Carioca, um dos pontos mais significativos da história carioca, na verdade teve lento nascimento, tornando-se espaço popularmente consagrado só a partir da construção do primeiro chafariz da Carioca, em 1723.
Tudo começou no início do século XVII, quando os religiosos franciscanos iniciaram a construção do Convento de Santo Antônio, ocupando um morro que havia sido anteriormente recusado pelos carmelitas. O prédio ficava a cavaleiro de uma lagoa logo abaixo, se estendendo desde onde é aproximadamente a rua da Assembléia até a Cinelândia, sendo comum cruzá-la em pequenos botes. A presença dessa massa d'água, contudo, fornecia um ambiente perfeito para a procriação de mosquitos, os quais tornavam infernal a vidas dos religiosos, além de exalar mau cheiro. Ao aceitarem a doação do morro, os religiosos a condicionaram à eliminação desta lagoa, compromisso assumido pela Câmara e não cumprido por décadas.

latoeiros

A antiga Rua dos Latoeiros, atual Gonçalves Dias, em foto de 1860
de H. Klumb.


Finalmente, em 1641, são tomadas as primeiras providências, e é aberto um escoadouro que seguia um caminho de deságue natural, passando por onde são hoje as ruas Uruguaiana e do Acre, desembocando na Prainha (Praça Mauá). O fosso recebeu o nome popular de Vala, o qual permaneceria por mais de dois séculos. A lagoa foi então desaparecendo paulatinamente, para alívio dos franciscanos.
Após a inauguração do chafariz da Carioca, foram chegando ao fim os trabalhos de drenagem, e, além da lagoa de Santo Antônio, toda área à sua volta finalmente secava. Nesse terreno conquistado, em meados do século XVIII, foi aberta uma nova via, indo da rua do Rosário até o Largo da Carioca. Curiosamente, desde cedo lá se instalaram diversas oficinas de latoeiros e fundidores, os quais produziam todo tipo de utensílio feito de cobre e latão. A rua, que até então não tinha nome, passou a ser conhecida pelo seu comércio: Rua dos Latoeiros.
Nada de excepcional aconteceu nesse local até 1789, quando uma patrulha comandada pelo tenente Francisco Vidigal prendeu Tiradentes, escondido na casa do torneiro Domingos Fernandes da Cruz, que ficava naquela rua. Foi o primeiro passo que o levaria à fôrca, dentro do episódio do desbaratamento do movimento da Inconfidência Mineira.
No século seguinte, principalmente durante o segundo Império, a rua dos Latoeiros tornou-se bastante notória pela presença de vários jornais, cafés elegantes e livrarias, tornando-se um dos pontos da moda e chegando a rivalizar com a rua do Ouvidor. Lá morou Gonçalves Dias, no mesmo local onde ficaria um dos colégios mais conhecidos da cidade, o Colégio Vitório, onde atualmente fica a Associação dos Empregados do Comércio. Além disso, foi de sua esquina com a rua do Ouvidor que saiu o primeiro bonde da Cia. Botanical Garden em direção ao Largo do Machado, em 1868, início de uma completa transformação do transporte urbano de então.
Após a morte de Gonçalves Dias, em novembro de 1864, a Câmara votou a mudança do nome da rua para aquele do poeta no ano seguinte, e desde então é como tal conhecida. De destacada importância histórica, a antiga via ainda mantém algum casario antigo, principalmente próximo à sua atração principal, a Confeitaria Colombo, espaço sobrevivente cuja estética nos fala de uma época com ritmo de vida e valores bem diferentes dos atuais.

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