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domingo, 10 de março de 2013

A Casa da Moeda


Quarta, 05 Dezembro 2012 09:59

A Casa da Moeda

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Há vários milênios, a moeda tem sido um dos elementos mais importantes da civilização, substituindo o primitivo sistema de trocas por uma representação de valor, em relação ao qual tudo é indexado. As unidades monetárias assumiram várias formas, segundo especificidades culturais e históricas, como o sal ou búzios, mas sua apresentação mais comum foi em discos metálicos, cuja antiguidade foi demonstrada em diversos achados arqueológicos.
As moedas exprimiam, desse modo, em sua própria composição, uma riqueza palpável, representada pelo custo dos metais empregados, como ouro, prata, cobre e outros. Os governos se apropriavam dos materiais e cunhavam as moedas, e sua quantidade em circulação era uma medida da riqueza da nação.
casa_moeda

O belo prédio da antiga Casa da Moeda no Campo de Santana, inaugurado em 1868
e recentemente reformado, em fotografia de J. Gutierrez do final do século XIX
No Brasil colonial, mesmo antes da descoberta do ouro da Minas Gerais, havia a necessidade crescente de se cunhar moedas, pois as que vinham de Portugal eram insuficientes, e sua escassez estrangulava o crescimento econômico. Como até o final do século XVII a produção local continuava incipiente e irregular, foi decidida, em 1694, a instalação de uma casa da moeda em Salvador, na Bahia. O deslocamento do desenvolvimento na direção sul e o crescimento de importância do Rio de Janeiro pela sua posição estratégica em relação à colônia do Sacramento (Uruguai), fizeram com que em 1697 fosse tomada à decisão de criar outra casa da moeda no Rio, que começou a funcionar em março de 1699.
O primeiro prédio da instituição localizava-se ao sopé do Morro de São Bento, no local onde fica o 1º Distrito Naval, e pertencia à Junta do Comércio. Tempos depois, em 1720, passou a funcionar em uma casa ao lado da antiga cadeia, onde é hoje a Assembléia Legislativa, em frente à rua Direita (1º de março). Com a construção do Paço dos Governadores, empreendida por Gomes Freire, em 1743, a casa da moeda foi transferida para o térreo do novo palácio, lá ficando até 1814. A expansão dos serviços e a exigüidade de espaço provocou nova mudança, dessa vez para o prédio iniciado pelo vice-rei Luís de Vasconcellos na rua do Sacramento (Av. Passos) para servir como museu de história natural. A obra foi finalmente concluída, e além disso foram abertas duas travessas, presentes até hoje: a Travessa Belas-Artes, passando em frente à Escola de Belas Artes de Grandjean de Montigny, e o Beco do Tesouro. Tanto a academia de artes quanto o prédio da Casa da Moeda e do Tesouro foram demolidos em 1937, e desde então o local ostenta um belo terreno baldio transformado em estacionamento...
Mais uma vez a falta de espaço — ainda por cima dividido com o Tesouro — fez com que a Casa da Moeda se mudasse da rua do Sacramento. Dessa vez, contudo, seria construído um prédio de grandes proporções, que pudesse abrigar com conforto todas as repartições. Tendo sido decidida sua construção, a pedra fundamental foi lançada em dezembro de 1858, e foi totalmente concluído em 1868, quando as oficinas de moeda para lá se transferiram.
O local escolhido ficava no Campo de Santana (Praça da República), e o majestoso prédio, cujo projeto é de autoria do arquiteto Teodoro de Oliveira, passaria a integrar um dos mais belos conjuntos arquitetônicos da época do segundo Império, distribuído em torno do parque inaugurado em 1873, obra do paisagista Glaziou. Após longo período de abandono, o edifício da antiga Casa da Moeda, hoje pertencente ao Arquivo Nacional, foi restaurado, exibindo sua esplêndida aparência original. Uma iniciativa válida, a ser estendida aos outros prédios da praça, também de grande valor histórico e estético, merecedores portanto do mesmo desvelo.

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