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domingo, 10 de março de 2013

A Igreja de N.Sª da Glória


Quarta, 26 Dezembro 2012 12:56

A Igreja de N.Sª da Glória

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Os hábitos de consumo da rainha D.Carlota Joaquina, esposa de D. João, não eram lá muito econômicos, fato conhecido em sua biografia. Na verdade, não poderia ser diferente, pois não se esperava que uma princesa criada em uma das côrtes mais ricas da Europa contasse tostões ou se preocupasse com o preço de algo desejado.
Ao chegar no Rio, em 1808, continuou com o padrão esbanjador, e dentre os bens adquiridos constavam vários imóveis, sendo os mais conhecidos duas mansões, uma na Praia de Botafogo e outra em Laranjeiras, perto do Largo do Machado. Nessa última propriedade, conforme vimos no artigo da semana passada, estava incluída uma capela que a soberana reformou, e que ficava aproximadamente onde está hoje o Liceu Franco-Brasileiro.
igreja_nsgloria

Igreja de N.Sª da Glória, no Largo do Machado há mais de cem
anos. O templo, como a maioria nessa época, era cercado
por grades
Após sua volta a Portugal junto com D. João, em 1821, a rainha deixou enormes dívidas, as quais os credores se esforçaram por receber, sem muito sucesso. O caso foi parar na justiça, a qual, naquela época como hoje, caminhava a passo de tartaruga perneta, e o processo se arrastou por anos. No final, a mansão passou à propriedade do Banco do Brasil, que a vendeu em leilão a Antônio José de Castro e esposa.
Na mesma época, em 1834, a Assembléia Legislativa criava uma nova freguesia, desmembrada daquela de S. José. Chamada de N.Sª da Glória, ia do final das ruas Senador Vergueiro e Marquês de Abrantes até a Lapa. Como necessitava-se uma igreja matriz, Antônio Joaquim Pereira de Velasco ofereceu uma capela, dedicada a N.Sª dos Prazeres e localizada em sua propriedade, na esquina da rua das Laranjeiras com Pereira da Silva, para servir provisóriamente como sede da nova paróquia.
No ano seguinte, 1835, vários cidadãos se reuniram na capela de Antônio Velasco e fundaram uma irmandade, tendo como primeiro objetivo a aquisição de um novo templo, visto que o atual era pequeno demais, não podendo cumprir a função destinada. A escolha recaiu imediatamente sobre o de Carlota Joaquina, construído em 1720 e reformado em 1818. O grupo entrou em entendimentos com Antônio José de Castro, e em abril de 1835 a pequena igreja trocou de mãos.
Mas, em que pese suas maiores dimensões, o templo era bastante limitado, pois o público aumentava dia-a-dia, tornando-se rapidamente inadequado. Constatou-se que, para atender à demanda dos fiéis, era necessário uma igreja muito maior que aquela. Para tal, foi adquirido a Domingos Carvalho de Sá em 1840 um terreno de frente para o Largo do Machado, ao lado da rua das Laranjeiras. Outros terrenos adjacentes completariam o lote, e, após várias contramarchas e negociações, era lançada em julho de 1842 a pedra fundamental, com a presença do imperador D.Pedro II.
O projeto teve autoria de dois arquitetos franceses, Koeler e Rivère, e as obras começaram imediatamente, em ritmo bastante lento. A capela-mor foi concluída em 1856, e as imagens foram trasladadas nessa ocasião, mas ainda havia muito a construir. A falta de dinheiro fez com que tudo parasse em 1864, só voltando os trabalhos em 1868. Finalmente, em setembro de 1872, era inaugurada a nova matriz.
A igreja, em estilo eclético, possui uma estética com características tanto religiosas tradicionais quanto clássicas, e vem dominando a paisagem do Largo do Machado desde sua criação no século XIX. É um dos mais belos ítens do patrimônio histórico desta cidade.

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