FALE COM OS MONARQUISTAS !

FAÇA PARTE DO NOSSO GRUPO NO YAHOO

Inscreva-se em DMB1890
Powered by br.groups.yahoo.com

domingo, 10 de março de 2013

A Rua de São Jorge


Quarta, 06 Março 2013 12:04

A Rua de São Jorge

Escrito por

A grande área além da rua Uruguaiana, nos tempos da Colônia, conhecida inicialmente como o Campo ou Várzea da Cidade, era vaga e agreste, geralmente usada para pasto de animais e escassamente povoada. Depois de 1706, o local passaria a ser conhecido como Campo de São Domingos, por conta de uma capela próxima à atual esquina da Av. Pres. Vargas com a Av. Passos, transformada em igreja tempos depois.
As ruas surgiam pouco a pouco, tendo como pontos de referência, além da capela de São Domingos, a ermida de N.Sª da Lampadosa e o rossio grande, atual Praça Tiradentes, também ainda em gestação. Por essa época, foi criada a Irmandade de São Jorge, aprovada pelo bispo D. Antônio do Desterro em 1742. Seus fundadores estavam imbuídos de boas intenções, mas sem dispor do capital necessário para erguer um templo. Assim, tiveram de comprar um altar na igreja de N.Sª do Parto, além de sepulturas para os irmãos, pois até o século XIX as pessoas eram enterradas nas igrejas.
r_sjorge
A rua de São Jorge há mais de cem anos. Hoje conhecida como Gonçalves Ledo, em sua esquina com a rua da Lampadosa (Luís de Camões) ficava a Capela de São Jorge, demolida em 1855.
Em 1753, a irmandade receberia uma doação que seria o primeiro passo para construção de sua casa. Pedro Coelho da Silva e sua mulher cederam um terreno de seis braças de frente e vinte de fundos em sua chácara, situada no Campo de São Domingos. Assim que tomaram posse, decidiram iniciar a construção da capela, realizando uma aspiração fundamental.
O acesso ao terreno se dava a partir de um caminho, que serviu de base para a futura rua. Ao mesmo tempo, outro templo era erguido próximamente: a capela de N.Sª da Lampadosa, inaugurada, ainda em estado precário, em 1748, só sendo benzida, contudo em 1772. A presença da capela deu nome a um pequeno caminho que passava a seu lado, que até o final daquele século seria chamado de rua da Lampadosa.
A capela de São Jorge ficava exatamente na esquina dessa rua com o caminho que ia do rossio à seu templo, e receberia seu nome a exemplo daquele da Lampadosa, ao ter seu status elevado: rua de São Jorge. A obra da capela, contudo, ia a passos de tartaruga, pois com os poucos recursos, a trasladação do santo para seu interior só aconteceria em 1800. Entretanto, o abandono continuou durante as décadas seguintes, e em 1854 a Irmandade de São Jorge agremiou-se à de São Gonçalo Garcia, em sua igreja próxima ao Campo de Santana. A capela, em estado de ruína, foi demolida no ano seguinte.
A rua de São Jorge, desde 1921 chamada de Gonçalves Ledo, não traz em si nenhuma lembrança da presença do antigo templo, o que é uma pena pois nasceram ao mesmo tempo, ficando a via sem sua referência original. Tivessem os fiéis de então melhor cuidado de sua capela, esta poderia ter se transformado em igreja, a exemplo da Lampadosa, e se constituído em mais uma peça do patrimônio carioca. Contudo, a região é de grande valor histórico e deve ser preservada, evitando a todo custo demolições estúpidas como aquelas que levaram a escola de Belas Artes de Grandjean de Montigngy e o prédio do Tesouro, deles restando hoje só um terreno baldio transformado em estacionamento na Av. Passos.

Nenhum comentário: